Não há dúvida: todos nós somos capazes de apontar ao menos um benefício que a música traz à nossa vida. Escutá-la, durante os estudos, ajuda muitos a se concentrarem melhor.
Há sempre aqueles que relaxam, no banho, cantando sua canção favorita. Muitos sentem estímulo para atividades físicas quando escutam músicas animadas.
Os filmes abusam dos recursos sonoros para produzir determinadas sensações etc.
Há um sem fim de exemplos possíveis. Contudo existem certos efeitos da música em nosso corpo que não são conhecidos por todo mundo.
Longe de simplesmente provocar emoções, a música também é capaz de modificar nossos corpos. Mais especificamente, nosso cérebro.
O produto de nossos sentidos e o cérebro
O primeiro ponto, que devemos considerar, é a importância do cérebro em tudo que fazemos. E explico: apontarei uma única palavra e, provavelmente, você a “verá”, mentalmente, sentirá seu sabor, seu cheiro e sua textura. Talvez até consiga “ouvir” o ruído comum que esta coisa produz. E a palavra é “maçã”.
Reparou como, simplesmente lendo, você conseguiu se recordar que:
- a maça é levemente doce;
- sua casca pode possuir várias tonalidades: mais vermelha, quando madura, e mais esverdeada, antes do ponto;
- ainda sobre a casca, ela é dura, quando o fruto está bom;
- ao mordê-la, ouve-se um “crunch”;
- na boca, sua textura é arenosa e suculenta;
- seu perfume nos faz salivar.
Repare como todos e cada um dos cinco sentidos estão, aqui, presentes. E uma simples palavra nos trouxe todas as experiências de uma só vez. Isso ocorre porque, quando conhecemos, como conhecemos, tudo que diz respeito a essa experiência fica armazenado no cérebro. Ele é quem recebe o impulso de cada sentido, depois unificando e, mais tarde, armazenando-o.
Isso servirá apenas para esclarecer a importância do cérebro em nossas vidas. E vale muito ter em mente que, sendo assim tão importante, deve ser exercitado. Embora não seja um músculo, o cérebro precisa de estímulos para conseguir seu melhor e, com o passo do tempo, manter-se saudável mesmo na velhice.
A música e o cérebro
Obviamente, a música é uma experiência. E pode ser muito importante na fabricação de nossas memórias. Um show, a música do casal, aquela que te arrancou um sorriso. Muitas músicas fazem parte de nossas vidas. Elas correspondem a marcos perenes, em nossa memória.
Acontece que a música, dentre as várias formas de arte, possui um papel importantíssimo em nosso cérebro. Ela, mesmo sendo apenas ouvida, ativa muitíssimas áreas de ambos lados deste magnífico órgão.
Como o cérebro não possui uma “área — exclusivamente — musical”, acaba empregando várias delas, simultaneamente: raciocínio lógico, linguagem, concentração, memória e afins. Com isso, o simples exercício de escutar música já é incrivelmente benéfico para quem o faz.
Tenha-se em mente que, quanto mais familiar a música, maiores os estímulos provocados no cérebro do ouvinte, tudo bem?
Agora, sabendo disso tudo, imagine unir todos os benefícios, a satisfação, que a música promove, com a coordenação motora e o emprego de atenção em várias tarefas ao mesmo tempo. Praticamente um crossfit cerebral, não é mesmo?
Tocar violão exercita o cérebro
Como dissemos antes, o cérebro corta um dobrado para processar uma música. Precisa tratar do ritmo, da melodia, da letra, caso haja. Todo esse esforço aumenta a atividade cerebral, acionando múltiplas de suas áreas.
No entanto, quando não apenas estamos ouvindo, mas produzindo música, a atividade é ainda maior.
O que acontece é que, enquanto tocamos, precisamos harmonizar os movimentos da mão de acordes (esquerda, nos destros e adaptados) e de ritmo (direita, nestes mesmos), e, ainda, precisamos calcular ou recordar a harmonia. Havendo intimidade com a execução dessas duas tarefas — já complicadas por si, diga-se de passagem —, é possível, também, cantar, acrescentando a melodia, o controle da respiração, a interpretação da letra e, claro, sua recordação.
Estamos, portanto, unindo os dois lados de nosso cérebro — o esquerdo, comumente relacionado às ciências exatas; e o direito, tido como responsável pela criatividade e sensibilidade artística —, cerebelo e amídala.
De acordo com Aurilene Guerra, mestre em neuropsicologia, pode-se, inclusive, comparar a atividade com a “resolução de equações matemáticas avançadas”.
Os efeitos do aumento de atividade cerebral ao tocar violão
O primeiro efeito do aprendizado e prática do violão é a manutenção da saúde cerebral. Mantendo tantas de suas áreas ativas ao mesmo tempo, provocamos sinapses e, consequentemente, o estimulamos a continuar jovem e vigoroso mesmo em idade avançada.
Outros efeitos incluem melhora da concentração, maior desenvoltura criativa mesmo na resolução de problemas matemáticos, aprimoramento de postura e coordenação motora. Por fim, quanto mais cedo acontecer a instrução do violão em crianças, melhores resultados ocorrerão no desenvolvimento da inteligência espacial.
Esses efeitos, porém, só são atingidos quando o estudante verdadeira quer aprender violão. Caso contrário, isso poderá acarretar em traumas e bloqueios, impedindo-a de aproveitar a experiência magnífica de tocar um instrumento musical.
Dessa forma, se está ao seu alcance aprender a tocar violão, comece hoje mesmo. Peça um instrumento emprestado. Compre um baratinho. Não importa. Importa, apenas, que você dê esse passo tão importante o mais rápido possível. Você não vai se arrepender.
Parabéns pelo excelente artigo, adorei a parte da maça. Obrigado por contribuir com os amantes da música.
Sucesso e um forte abraço.